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Imaxe: Barbara Stenberg.

Deshabitar a casa. Míriam Ferradáns, 2017

Entende:

hai corpos cristal,

onde o sangue circula pero non penetra,

coma a auga salpicada sobre o bafo

que nos espellos

permite a visión

pero non nutre.

 

Pasa un río polos corpos cristal

chovendo.

 

O sangue debuxa camiños na memoria

aumenta o caudal

redefine as formas

entón aparecen as pegadas

e da dor nunca se retorna.

 


 

Entende:

há corpos cristal,

onde o sangue circula mas não penetra,

como a água salpicada sobre o bafo

que nos espelhos

permite a visão

mas não nutre.

 

Passa um rio pelos corpos cristal

A chover.

 

O sangue desenha caminhos na memória

aumenta o caudal

redefine as formas

então surgem as pegadas

e da dor nunca se volta.


 

Entiende:

hay cuerpos cristal,

donde la sangre circula pero no penetra,

como el agua salpicada sobre el vaho

que en los espejos

permite la visión

pero no nutre.

 

Pasa un río por los cuerpos cristal

lloviendo.

 

La sangre dibuja caminos en la memoria

aumenta el caudal

redefine las formas

entonces aparecen las huellas

y del dolor nunca se vuelve.

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