Home

Imagem: Shuji Terayama. Shadow

Inês Dias. Um raio ardente e paredes frias. Averno, 2014

LIÑAS DE TORRES

But they never stood in the dark with you,

love […]

O pasado é un país estranxeiro,

só non sabíamos que fora ocupado

nalgún inverno ausente,

para nos exiliaren da tenrura

rillada xa por un exército de avelaíñas.

.

Cruzando a fronteira,

a soidade tornouse unha sala

de espera poboada por máis

calafríos alén do noso,

mais xa non restan palabras

a esas conversas de pantasmas

atrincheiradas que aínda

temen a vía sacra da noite,

o sono parando en cada estación.

.

A retirada terá que ser feita

de forma atrapallada e irrecuperábel,

dinamitando horizonte a horizonte.

E que a ilusión pague por fin

a súa débeda ao presente.


LINHAS DE TORRES

But they never stood in the dark with you,

love […]

O passado é um país estrangeiro,

só não sabíamos que o tinham ocupado

nalgum inverno ausente,

para nos exilarem da ternura

entretanto roída por um exército de traças.

.

Cruzando a fronteira,

a solidão tornou-se uma sala

de espera povoada por mais

calafrios além do nosso,

mas já não restam palavras

a essas conversas de fantasmas

entrincheiradas que ainda

temem a via-sacra da noite,

o sono a parar em cada estação.

.

A retirada terá de ser feita

de forma desordeira e irrecuperável,

dinamitando horizonte a horizonte.

E que a ilusão pague por fim

a sua dívida ao presente.


LINEAS DE TORRES

But they never stood in the dark with you,

love […]

El pasado es un país extranjero,

solo que no sabíamos que lo habían ocupado

durante algún invierno ausente,

para exiliarnos de la ternura

para entonces roída por un ejército de polillas.

.

Cruzando la frontera,

la soledad se convirtió en una sala

de espera poblada por más

escalofríos además del nuestro,

pero ya no le quedan palabras

a esas conversaciones de fantasmas

atrincheradas que todavía

temen la vía sacra de la noche,

el sueño parando en cada estación.

.

La retirada tendrá que hacerse

de forma desordenada e irrecuperable,

dinamitando horizonte a horizonte.

Y que la ilusión pague por fin

su deuda al presente.

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s