Óscar Curieses. Dentro (Bartleby Editores, 2010)
Sinto duas mãos no coração aberto, acariciam-me a luz-carne. Não sei se me amam ou me matam porque de entre as minhas coxas nasce um pássaro manchado de excrementos
e de sangue
e corto-lhe o cordão umbilical para que voe dentro dos meus sonhos
Estão a nevar pássaros: Porquê?
Sozinha
Olho
o meu interior neve: sangra
.
Nego a porta da gaiola para que a luz escape do meu sangue estreito
.
Acordam as minhas irmãs
e estou sozinha
e não há almas
e os pássaros ardem
.
: Tudo está cheio de gaiolas de luz.
Sinto dúas mans no corazón aberto, acaríñanme a luz-carne. Non sei se me aman ou me matan porque de entre as miñas coxas nace un paxaro manchado de excrementos
e de sangue
e córtolle o cordón umbilical para que voe dentro dos meus soños
Está nevando paxaros: Por que?
Soa
Miro
o meu interior neve: sangra
.
Nego a porta da gaiola para que a luz escape do meu sangue estreito
–
Despertan as miñas irmás
e estou soa
e non hai almas
e os paxaros arden
.
: Todo está cheo de gaiolas de luz.
Siento dos manos en el corazón abierto, me acarician la luz-carne. No sé si me aman o me matan porque de entre mis muslos nace un pájaro manchado de excrementos
y de sangre
y le corto el cordón umbilical para que vuele dentro de mis sueños
Está nevando pájaros: ¿Por qué?
Sola
Miro
mi interior nieve: sangra
.
Niego la puerta de la jaula para que la luz se escape de mi sangre estrecha
.
Despiertan mis hermanas
y estoy sola
y no hay almas
y los pájaros arden
.
: Todo está lleno de jaulas de luz.