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Imagen: Edwin Giesbers

Ana Martín Puigpelat.

Fragmentos de: Apuntes para un GénesisAmargord, 2009.


La sombra se construye poco a poco.

Una especie de barro en alambique

y unas manos curtidas de alfarero.

 

El hombre tendrá sombra el lagarto,

la noche,

la arboleda.

Tendrá sombra el contorno de mi vientre

en días de batalla.

 

No sé como formar

la sombra de las cosas intangibles.


He dado a hombre

tanta libertad…

 

y ahora me asusta.


Crearán Dioses los hombres

mezcla de anatomía y signo.

                        [Mientras nace Venus

                        de una concha submarina,

                        duermen dos ancianos

                        sobre el banco de un museo.]

 

Mi vida se derrota.

Pierdo la vista en una anunciación.


Los sonidos, la luz,

la descendencia,

la música vitral por la mañana

las palabras que irán solucionando

la vida paralela de las flores;

el incesante vuelo de las aves

y el balbuceo de un solo caracol,

simulará el latido de la tierra.

 

Acabo de ver todo.

 

Hoy

parece un día perfecto.


A sombra constrói-se pouco a pouco.

Uma espécie de barro em alambique

e umas mãos curtidas de oleiro.

 

O homem terá sombra o lagarto,

a noite,

o arvoredo.

Terá sombra o contorno do meu ventre

em dias de batalha.

 

Não sei como formar

a sombra das coisas intangíveis.


Dei ao homem

tanta liberdade…

 

e agora assusta-me.


Criarão Deuses os homens

mistura de anatomia e signo.

                        [Enquanto nasce Vénus

                        de uma concha submarina,

                        dormem dois anciãos

                        sobre o banco de um museu.]

 

A minha vida derrota-se.

Perco a vista numa anunciação.


Os sons, a luz,

a descendência,

a música vitral de manhã

as palavras que irão solucionando

a vida paralela das flores;

o incessante voo das aves

e o balbucio de um só caracol,

simulará o latejo da terra.

 

Acabo de ver tudo.

 

Hoje

parece um dia perfeito.


A sombra constrúese pouco a pouco.

Unha especie de barro en alambique

e unhas mans curtidas de oleiro.

 

O home terá sombra e lagarto,

a noite,

a fraga.

Terá sombra a contorna do meu ventre

en días de batalla.

 

Non sei como formar

a sombra das cousas intanxíbeis.


Dei ao home

tanta liberdade…

 

e agora asústame.


Crearán Deuses os homes

mistura de anatomía e signo.

                        [Mentres nace Venus

                        dunha cuncha submarina,

                        dormen dous anciáns

                        sobre o banco dun museo.]

 

A miña vida derrótase.

Perdo a vista nunha anunciación.


Os sons, a luz,

a descendencia,

a música vidreira da mañá

as palabras que irán solucionando

a vida paralela das flores;

o incesante voo das aves

o balbucido dun só caracol,

simulará o latexo da terra.

 

Acabo de ver todo.

 

Hoxe

parece un día perfecto.




Revisora da tradução para o Português: Sara I. Veiga 

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