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Imagem: Leonor Fini

Luísa Villalta. Ruído (Espiral maior, 1995)


 

             Os teus pasos de home e os meus

sempre se cruzan, ao non saber onde van.

             Oblicuamente esvaes os ollos até a miña imaxe

ao ponto en que pergunto que é o que ves

através do meu espello pesado como a soedade.

              Unha muller, contestas, e non miras

como me estraña ficar no ceo da túa voz vacía.

 

              Ando cos pés con que me andas e eu te sigo

sen saber que levas no fondo do corazón.

              Aprendín de ti o que me atinxe,

enganando-te me enganas e eu consinto

por comprender que levas no fardo do corazón,

onde os teus dous pés que me prolongan

cando aceito andar contigo por min mesma.

 

              Pergunto outra vez, a cada un que pasa

se de verdade son unha muller, o que é iso,

se me enganaron sempre ou teño algún camiño.

              Todos os que me van cruzando non me acertan.

Sen embargo o que son, unha muller, ao cabo é todo

o que sei de min no espello en que me levas.

              Para que aprenda a nova ti me apertas

con brazos indicíbeis de ternura

do meu alimento á túa transcendéncia.

 

               O meu camiño fixo-se-me extranxeiro, estou perdida

nen meu, porque é teu, nen xa imaxe,

porque non sei que levas no fardo do corazón

 

                Pero se non me ves es ti quen erra.


 

             Os teus passos de homem e os meus

sempre se cruzam, ao não saber para onde vão.

             Obliquamente esvaeces os olhos até à minha imagem

ao ponto em que pergunto o que é que vês

através do meu espelho pesado como a solidão.

              Uma mulher, contestas, e não olhas

como me estranha ficar no céu da tua voz vazia.

 

              Ando com os pés com que me andas e eu sigo-te

sem saber o que levas no fundo do coração.

              Aprendi de ti o que me atinge,

enganando-te me enganas e eu consinto

por compreender o que levas no fardo do coração,

onde os teus dois pés que me prolongam

quando aceito andar contigo por mim própria.

 

              Pergunto outra vez, a cada um que passa

se de verdade sou uma mulher, o que é isso,

se me enganaram sempre ou tenho algum caminho.

              Todos os que comigo se vão cruzando não me acertam .

Contudo  o que sou, uma mulher, ao fim e ao cabo  é tudo

o que sei de mim no espelho em que me levas.

              Para que aprenda a nova ti apertas-me

com braços indizíveis de ternura

do meu alimento à tua transcendência.

 

               O meu caminho tornou-se-me estrangeiro, estou perdida

nem meu, porque é teu, nem já imagem,

porque não sei o que levas no fardo do coração

 

                Mas se não me vês és tu quem erra.


 

             tus pasos de hombre y los míos

siempre se cruzan, al no saber a dónde van.

             Oblicuamente borras los ojos hasta mi imagen

al punto en que pregunto qué es lo que ves

a través de mi espejo pesado como la soledad.

              Una mujer, contestas, y no miras

cómo me extraña quedar en el cielo de tu voz vacía.

 

              Ando con los pies con que me andas y yo te sigo

sin saber qué llevas en el fondo del corazón.

              Aprendí de ti lo que me alcanza,

engañándote me engañas y yo consiento

para comprender qué llevas en el fardo del corazón,

dónde tus dos pies que me prolongan

cuando acepto andar contigo por mí misma.

 

              Pregunto otra vez, a cada uno que pasa

si de verdad soy una mujer, qué es eso,

si me engañaron siempre o tengo algún camino.

              Todos los que se me van cruzando no me aciertan.

Sin embargo, lo que soy, una mujer, al cabo es todo

lo que sé de mí en el espejo en que me llevas.

              Para que aprenda la nueva tú me aprietas

con brazos indecibles de ternura

de mi alimento a tu transcendencia.

 

               Mi camino se me hizo extranjero, estoy perdida

ni mío, porque es tuyo, ni ya imagen,

porque no sé qué llevas en el fardo del corazón

 

                Pero si no me ves eres tú quien yerra.

Revisora da tradução para português: Sara I. Veiga

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