Home

À que renasce das águas

rosemary forsyth bromwyn

                        As pegadas dos teus dedos
                        não se veem nas torres.

Mas eu leio sem descanso, na solidão da ermita junto
     ao mar
os antigos signos onde tu estiveste cerca do ano mil,
pelos bosques, os pântanos, os ramos e as folhas, a argila
     pisada.

                        Dentro do coração está a morte
                        como uma runa branca de cinza.

Aproxima-te pelo campo branco ou pelo verde campo ou pelo
campo preto, mas vem.

                        Detém-te perante a tumba
                        onde os dois estamos.

***

Este som triste que soluça
é a minha espada românica que pensa.

O meu coração obscuro acompanha-a.

* * *

Eu sou um ser humano apesar de mim.

O espaço prateado do meu espírito
penetra no espaço cinzento do mundo.

Até quando?

bronwyn cruz poema

* * *

Bronwyn,
se não posso ser tu, se não podemos
ser anjo,
por que é a névoa cinzenta sobre o mar cinzento?

* * *

Pedras como joelhos mornos,
ervas como cabelos loiros,
céus como braços de céus.

Nasce o amanhecer como o negro.
Nos olhares voa sempre o nunca.

* * *

As ruínas das runas na rocha
falam de que eu estive neste mundo,
onde o mar e a terra das névoas
fundem e confundem.

A vida era uma ausência inesgotável,
um labirinto de serpentes cinzentas,
um pântano de rosas tenebrosas.

* * *

Toma o meu obscuro anel imemorial.

A minha armadura desfeita se desfaz
e das suas malhas mortas saem fogos
azuis, Bronwyn; posso vê-los, tremem.

Tiro a luva de ferro, sou teu servo.
O mar que me acompanha por um mar
de sombra desfaz-se no vazio.

Estou cansado de estar morto e ser.

war_lord_14

* * *

Pelo bosque do tempo a noite do espaço,
o errar da minha procura, a boca do meu incêndio.

Nos teus olhos, caindo, um mar cinzento se levanta.

O assustador é simples e está sempre por perto.

* * *

Baixou o céu à terra
e não era transparência, era distância.

Era um cristal de aço a separar
o unido.

Perderam-se as ondas dos olhos
as flores de um cume onde o corpo
era só.

O céu exterminou as claridades
humanas.
Da sua luz emanava um absoluto
libertar-se de todo o tangível.

A perda nasceu como uma pedra
negra.

* * *

Aproximam-se as douradas procissões
que gravaram o meu corpo numa lousa.

Deixa-me contemplar-te ainda,
enquanto os meus olhos mudam de função
convertendo-se em música azulada.

Bronwyn, o horizonte é uma casa:
(a imagem incendiada de uma casa).

* * *

Nunca toquei nada do que
tu és.

Estás como uma ideia num instante
puro.

Clara no teu firmamento de firmeza
branca.

Nua Bronwyn, chama-me, já vou;
caio.

* * *

3-rosemaryforsyth

Mensageira do além, tu vens
com forma de mulher, mas o abismo
paira junto a ti tão docemente.

Bronwyn,
constelações pálidas esperam
no meio de outros céus com tua luz.

* * *

Bronwyn, meu coração,
se nunca exististe és possível
porque a realidade é morte viva.

Bronwyn, meu coração
toca-me com o teu nada e o teu nunca.

* * *

És tu dourada luz, ar distante
o que vem aos verdes recifes.

Dá-me a mão, Bronwyn, afastemo-nos
do mar.

* * *

Bronwyn, que solidão sob as nuvens
afastando-se.

A tua figura estabelece uma certeza
onde nada é verdade.

Bronwyn, que claridade sobre os prados
húmidos.

* * *

A terra é de terror, mas eu procuro
uma flor de cristal inacessível.

Dá-ma com os teus olhos desde o lago
onde branca apareces.

Corpo ressuscitado não abandones
esta mão de ferida.

A ocidente o mar também acaba.

* * *

Era numa região cheia de lamento,
cheia de ferros verdes e azulados,
cheia de rochas negras, e de brancas
planuras docemente emudecidas.

As ervas ondulavam nos céus
enquanto as ramas suaves do horror
carregadas de cinza adormeciam
um alma demasiado estremecendo-se.

Era numa região cheia de escombros.

* * *

É a minha espada do ano mil que chora,
não eu.

Meu coração é branco e não se queixa.

bronwyn n


A la que renace de las aguas

Las huellas de tus dedos
no se ven en las torres.

Pero yo leo sin descanso, en la soledad de la ermita junto
al mar
los antiguos signos en donde tú estuviste hacia el año mil,
por los bosques, los pantanos, las ramas y las hojas, la arcilla
pisada.

Dentro del corazón está la muerte
como una runa blanca de ceniza.

Acércate por el campo blanco o por el verde campo o por el
campo negro, pero ven.

Detente ante la tumba
donde los dos estamos.
* * *
Este sonido triste que solloza
es mi espada románica que piensa.

Mi corazón oscuro la acompaña.
* * *
Yo soy un ser humano a pesar mío.

El espacio plateado de mi espíritu
penetra en el espacio gris del mundo.

¿Hasta cuándo?
* * *

Bronwyn,
si no puedo ser tú, si no podemos
ser ángel,
¿por qué la niebla es gris sobre el mar gris?
* * *
Piedras como rodillas tibias,
hierbas como cabellos rubios,
cielos como brazos de cielos.

Nace el amanecer como lo negro.
En las miradas siempre vuela el nunca.
* * *
Las ruinas de las runas en la roca
hablan de que yo estuve en este mundo,
donde el mar y la tierra de las nieblas
se funden y confunden.

La vida era una ausencia inagotable,
un laberinto de serpientes grises,
un pantano de rosas tenebrosas.

* * *
Toma mi oscuro anillo inmemorial.

Mi armadura deshecha se deshace
y de sus mallas muertas salen fuegos
azules, Bronwyn; puedo verlos, tiemblan.

Tiro el guante de hierro, soy tu siervo.
El mar que me acompaña por un mar
de sombra se deshace en el vacío.

Estoy cansado de estar muerto y ser.
* * *
Por el bosque del tiempo la noche del espacio,
el errar de mi busca, la boca de mi incendio.

En tus ojos, cayendo, un mar gris se levanta.

Lo espantoso es sencillo y está siempre muy cerca.
* * *
Bajó el cielo a la tierra
y no era transparencia, era distancia.

Era un cristal de acero separando
lo unido.

Se perdieron las olas de los ojos
las flores de una cima donde un cuerpo
era sólo.

El cielo exterminó las claridades
humanas.
De su luz emanaba un absoluto
desasirse de todo lo tangible.

La pérdida nació como una piedra
negra.
* * *
Se acercan las doradas procesiones
que grabarán mi cuerpo en una losa.

Déjame contemplarte todavía,
mientras mis ojos cambian de función
convirtiéndose en música azulada.

Bronwyn, el horizonte es una casa:
(la imagen incendiada de una casa).
* * *
Nunca he tocado nada de lo que
tú eres.

Estás como una idea en un instante
puro.

Clara en tu firmamento de firmeza
blanca.

Desnuda Bronwyn, llámame, ya voy;
caigo.
* * *
Mensajera del más allá, tú vienes
con forma de mujer, pero el abismo
se cierne junto a ti tan dulcemente.

Bronwyn,
constelaciones pálidas esperan
en medio de otros cielos con tu luz.
* * *
Bronwyn, mi corazón,
si nunca has existido eres posible
porque la realidad es muerte viva.

Bronwyn, mi corazón,
tócame con tu nada y con tu nunca.
* * *
Es tu dorada luz, aire lejano
lo que viene a los verdes arrecifes.

Dame la mano, Bronwyn, alejémonos
del mar.
* * *

Bronwyn, qué soledad bajo las nubes
alejándose.

Tu figura establece una certeza
donde nada es verdad.

Bronwyn, qué claridad sobre los prados
húmedos.

* * *

La tierra es de terror, pero yo busco
una flor de cristal inaccesible.

Dámela con tus ojos desde el lago
donde blanca apareces.

Cuerpo resucitado no abandones
esta mano de herida.

En occidente el mar también acaba.
* * *

Era en una región llena de llanto,
llena de hierros verdes y azulados,
llena de rocas negras, y de blancas
llanuras dulcemente enmudecidas.

Las hierbas se mecían en los cielos
mientras las ramas suaves del horror
cargadas de ceniza adormecían
un alma demasiado estremeciéndose.

Era en una región llena de escombros.

* * *

Es mi espada del año mil que llora,
no yo.

Mi corazón es blanco y no se queja.

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s