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Yanko González. Poema de libro Alto Volta, incluido también en: Demasiados comités (selección 1998-2011). Ediciones Liliputienses


Grémio

 

Fui ao Morgan e disse-lhe:

Dá-me este meu retrato que tens na cabeça.

Não te chateies —disse-me-

já to dou.

Abriu a testa e deu-mo.

Depois fui ao Taylor:

Edward esse meu retrato que tens na cabeça

Dá-mo

Estás doente —disse —

Impacientei-me dei-lhe uma pancada

(Perdi a paciência e bati-lhe)

abri-lhe o crânio e tirei o meu retrato.

Boas ouviu o grito e veio a correr:

Meu filho, que fizeste?

Caiu outra vítima

Abri-o e tirei o meu retrato.

 

Visitou-me a Mead:

Maggie dás-me esse meu retrato que tens na cabeça.

Abriu-se o crânio e deu-mo.

Procurei a Ruth e mudo

parti-lhe o crânio com um ferro

tirei-lhe a minha fotografia blasfemando

Com o crânio aberto

Como aberta deixei a porta de sua casa.

(Atravessou-se-me Evans

Com a sua própria arma destapei-lhe os miolos usurpando-lhe a minha imagem)

 

Regressei e estavam todos a almoçar

 

Claude L. S. e o Polaco

Levantaram-se e sem sequer me cumprimentar

Abriram os seus crânios e deram-me o retrato

Fazendo-me uma vénia.

 

Fui a todos os meus “amigos”.

 

Espalhou-se a palavra e não tive inconveniente algum

Cumprimentavam-me amavelmente

Enquanto com a outra mão me davam o meu retrato

Eu dizia-lhes ao mesmo tempo “obrigado”

E fechava-lhes o seu crânio com deferência.

 

Ao Sétimo dia fui a nenhum lado

Com o meu saco de couro e lã repleto de fotografias

Estiquei-me como pude

E coloquei-as sobre uma nuvem que passava e peguei-lhes fogo.

 

Voltei de uma viagem

Procurei-os um por um

 

Mas ali estavam todos

 

Com esse outro meu retrato na cabeça.

 


Gremio

Fui donde Morgan y le dije:

dame este retrato mío que tienes en la cabeza.

No te enojes —me dijo-

ya te lo doy.

Se abrió la testa y me lo dio.

Después fui donde Taylor:

Edward ese retrato mío que tienes en la cabeza

dámelo

Estás enfermo —dijo—

Me impacienté le di un palo

le abrí el cráneo y saqué mi retrato.
Boas escuchó el grito y vino corriendo:

pero hijo mío ¿Qué has hecho?

Cayó otra victima

Se lo abrí y saqué mi retrato.

Me visitó la Mead:

Maggie dame ese retrato mío que tienes en la cabeza.

Se abrió el cráneo y me lo dio.

Busqué a Ruth y mudo

le partí el cráneo con un fierro

le saqué mi fotografía blasfemando

con el cráneo abierto

Como abierta le dejé la puerta de su casa.

(Se me cruzó Evans

Con su mismo rifle le destapé los sesos usurpándole mi imagen)

Volví y estaban todos almorzando

Claude L. S. y el Polaco

Se levantaron y sin siquiera saludarme

se abrieron sendos cráneos y me dieron el retrato

haciéndome una venia.

Partí a donde todos mis “amigos”.

 

Se había corrido la voz y no tuve ningún inconveniente

Me saludaban amablemente

Mientras con la otra mano me daban mi retrato

Yo les decía al mismo tiempo “gracias” Y les cerraba su cráneo con deferencia

 

Al Séptimo día me fui a Ninguna Parte

Con mi bolso de cuero y lana repleto de fotografías

Me empiné como pude

Y las puse sobre una nube que pasaba y les prendí fuego.

Volví de una carrera

Los busqué uno por uno

 

Pero allí estaban todos

 

Con ese otro retrato mío en la cabeza.

 

 

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